sábado, 24 de abril de 2010

Lista enumera "10 pecados" de psicólogos e analistas - Reportagem Folha Online

Aos pacientes, clientes, psicólogos, psicanalistas, terapeutas e analistas e à todos que lidam com a vida humana. Enfim, ética e respeito deve haver em todos os setores da vida, mas quando se trata de um vínculo terapêutico em que a pessoa já está fragilizada por alguma questão, o cuidado com certos vícios devem ser redobrados.

O cuidador também é humano e em algum momento pode se sentir cansado, com fome, sonolento, mas estamos ali para auxiliar uma pessoa, temos que estar disponíveis, e se isso não for possível naquele momento, o melhor é suspender a sessão e remarcar. O importante é que o terapeuta em seu papel esteja integralmente no atendimento, de corpo e mente presentes.

Tentar perceber o que está acontecendo e se apenas com um ou outro paciente isso acontece, vale a pena pensar que isso faz parte do processo terapêutico e analisar quando essa pessoa deixa o terapeuta cansado ou entediado, para poder trabalhar essa relação provavelmente transferêncial.

Se acha que você paciente ou cliente está sendo privado de ética e respeito, converse sobre o que está acontecendo em sessão diretamente com seu terapeuta ou se isso já foi feito e nada mudou, então está na hora de procurar um outro profissional.

Reportagem publicada em 14/04/2010. Para ler na íntegra, clique no link abaixo.
Por: FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Por que tiramos a espontaneidade de nossas vidas?

De acordo com o dicionário, espontaneidade significa "qualidade de quem é espontâneo; facilidade com que alguma coisa se produz; aquiescência, conde­s­cendência natural; naturalidade, singeleza".
Diante disto, pensaremos nas crianças antes de serem tolhidas. As crianças são a imagem da espontaneidade, verdade, vida, riso, alegria, instinto, imaginação, fantasia, liberdade, confiança, vivacidade, energia, dúvidas, respostas, entre tantas outras características inatas que poderiam ser citadas.
Faz parte da vida que as crianças sejam educadas e a elas mostradas o que é certo ou errado, e deveria de fato ser assim em todos os âmbitos, cultivando a ética, mas sem entrar nesse mérito no momento, o que gostaria de destacar é que muitas vezes para se educar, os adultos usam mais do que um apontamento do que se deve ou não fazer e em qual momento. Por acreditar que a criança não necessita de uma explicação do que está sendo ensinado, o adulto limita-se a dizer que não deve, não quer, não aceita.
A criança é capaz de perceber quando é entendida e considerada, e à medida que isso acontece adota aquele aprendizado como algo especial a ser levado em conta, encontrando no adulto a segurança que necessita para crescer firme e ao mesmo tempo respeitando a si mesmo e ao próximo.


Um exemplo: Quando a criança chora porque o adulto não deixou ela ir a uma festa porque este tinha outro compromisso e não poderia levar ou buscar, o comum é simplesmente dizer que a criança não vai e pronto, quando deveria se dizer que entende que a criança está triste por não poder ir, mas que naquele momento não tem o que fazer pois não poderia ir levá-la ou buscá-la.
Quando crianças ouvimos várias frases que ficam sem sentido: "Pára de chorar", "Meninos não choram", "Não pode rir alto", "Porque está rindo tanto, parece bobo", "Que coisa feia ficar emburrado", "Não corra", "Não pule", "Não cante", "Não dance", "Senta direito"....
Validar a criança desse sentimento que ela está percebendo em si é uma maneira de demonstrar amor e limite ao mesmo tempo, fazendo com que ela aprenda de uma forma muito mais suave que nem sempre pode-se ter tudo o que se quer na hora que se quer e apesar de ser um momento de frustração, o amor permanece, pois o adulto compreende e autoriza o que ela está sentindo, mesmo não podendo suprir de imediato a solicitação da criança. Perceber o outro, independente de sua idade, denota amor e respeito, o que faz com que as perdas da vida sejam muito mais suaves.
Quando há um acúmulo de frustrações e perdas sem sentido para a criança, na medida em que vão se acumulando, perde-se a espontaneidade e a alegria  já que a criança começa a acreditar que nada pode, nada consegue e passa a ter um sentimento de tristeza e derrota, tornando-se no futuro, um adulto insensível, fechado às emoções com menos graça e leveza.
Colocação de limite sem amor obstrui e calcifica sentimentos genuínos, reprimindo-os. Amor sem colocação limite é sentido como falta de amor, descaso e incompreensão.
Saber dar limite com amor é o segredo para educar de maneira satisfatória para que a criança compreenda quando o limite está sendo dado porque realmente não pode.


E afinal, o que tudo isso tem a ver com espontaneidade? Na verdade, tudo!
Nos adultos, a espontaneidade serve para termos uma vida mais leve, com menos sisudez e ao mesmo tempo com a responsabilidade que nos são exigidas. Os trabalhos voluntários ou involuntários e necessários poderiam se tornar mais prazeirosos se colocarmos o sentimento junto, isso acontece quando fazemos algo por inteiro, sem ansiedade, sem cobrança de sermos todo-poderosos. Fazer uma tarefa e estar nela integralmente e lembrar de outra apenas quando acabar a primeira. Algumas vezes isso é utópico, mas colocando prioridades na lista de tarefas e fazendo uma a uma sem se preocupar com a próxima é a maneira mais gratificante de não sentir ansiedade e deixar com que as coisas aconteçam de forma natural. A graciosidade e harmonia virão espontaneamente.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Análise Bioenergética: Uma outra forma de psicoterapia.

A energia está envolvida em todos os processos vitais, através da alimentação, respiração, movimentos e qualquer outra atividade de troca entre o interno e o externo. Porém, o organismo mentalmente saudável precisa ter um equilíbrio energético, ou seja, equilíbrio entre o influxo e a descarga de energia. 

O indivíduo que não se atenta ao próprio corpo significa que ele sente medo de perceber ou experimentar sentimentos, que quando se apresentam ameaçadores, tende a serem suprimidos, adquirindo em seu corpo, pontos de tensões crônicas que impedem o fluxo de energia. 

A bioenergética tem como base, a identificação dessas tensões através de posturas que o corpo adota, para então, provocar a ruptura destas, causando um insight e, portanto, o alívio de seus medos, tristeza e raiva, fazendo com que a energia corporal, fonte de vida, possa fluir livremente pelo corpo do indivíduo. Isso dar-se-á por meio de técnicas e exercícios específicos a cada pessoa, para a retomada de sua vida corporal.
Através de técnicas corporais específicas para dissolver os bloqueios, vai-se descobrindo traumas, vivências prazeirosas, e a possibilidade de abrir-se para a vida sem medo de senti-la por completo com todas suas nuances, seja alegria, tristeza, amor, raiva, prazer...
A grande questão é perceber o que nosso corpo está sentindo de fato e poder descarregar de maneira efetiva, por exemplo quando se sentir triste, poder chorar para aliviar essa tensão criada.

Muitas pessoas não choram ou não conseguem sentir raiva por achar que nunca vai passar ou será altamente destrutivo, mas através desta técnica pode ser sentido e aliviado, para então ter espaço para alegria, amor e prazer.

À medida que tomamos posse do autoconhecimento corporal, o ego afrouxa-se de suas defesas e deixa os sentimentos mais livres, integrando-os à personalidade, tornando-a mais amadurecida e saudável. 

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Amor e sexualidade no casamento

Num breve histórico sobre casamento, até o século XVII na cultura Ocidental, era essencialmente para perpetuar as famílias nobres, e produzir descendentes legítimos, e a paixão, o desejo, ficava por conta do relacionamento extraconjugal.

Apenas a partir do século XVIII amor e desejo começam a aproximarem-se um do outro, e um novo ideal passou a prevalecer na sociedade do ocidente. Atualmente, a sociedade argumenta sobre o que se leva ao casamento sem amor, não aceitando que isso ainda possa existir na contemporaneidade.

A função da sexualidade na relação conjugal é o que se permite manter os afetos, sentimentos e o próprio amor. Sexo traz vitalidade ao corpo e à mente. É um momento de troca plena, importante na manutenção da aliança do casal.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) leva em conta a sexualidade para medir a qualidade de vida de uma pessoa, juntamente com o bem-estar físico, mental e social.

Estudos mostram que a pessoa que tem uma vida sexual ativa e eficaz envelhece mais lentamente, diminui o risco de infarto, é bem humorada e feliz, tem menor índice de doenças, entre outros benefícios. Dificuldade sexual pode causar baixa na auto-estima, o que acarreta crises na vida profissional e pessoal.

Quando o sexo é bem feito, há uma troca de sentimentos, sensações, carinho e cumplicidade, que é conseguido com a pessoa desejada, desde que não interfira e/ou limite a sua fantasia e a liberdade sexual nem a do companheiro.

Hoje em dia é muito difícil conseguir esta entrega eficaz ao outro, já que dá a sensação de derrota e de que está nas mãos do outro, por isso cada vez mais as relações estão volúveis e superficiais.

Conseguir se entregar ao outro e a si mesmo é possibilitar experimentar a alegria e o prazer que esta liberdade acarreta.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Para que fazer psicoterapia de casal?

Há um grande paradigma de que fazer psicoterapia de casal causa a separação, o que não é necessariamente verdade. Nem todos os casos terminam em separação desde que ambos tenham a vontade de continuar com o relacionamento. Em consultório percebo que a porcentagem de casais que melhoram a qualidade de vida conjugal é muito maior do que aqueles que decidem pela separação.

A idéia de se fazer psicoterapia é sempre para melhorar algo que não está bem, e nem sempre o melhor a se fazer é o mais fácil, por isso a coragem, perseverança e vontade de ser feliz devem estar à frente quando se decide entrar em terapia.



A psicoterapia com casais pode ser realizada tanto para casados, namorados, noivos, que moram juntos (heterossexuais ou homossexuais) que estão em um momento de crise afetiva ou sexual, que geram dúvidas sobre a continuidade desse relacionamento e desgaste.

Muitos casais recorrem à terapia de casal como último estágio antes da separação, pela incapacidade de resolverem conflitos ou pela insatisfação sexual.

A psicoterapia de casal visa melhorar a comunicação, enriquecer e desenvolver habilidades de resolução de problemas, equilibrar os padrões de comportamentos que levam à discórdia, aliviar problemas sexuais, diminuir progressivamente os conflitos destrutivos, avaliar e expor crenças sobre o relacionamento, e principalmente, promover a satisfação conjugal.

Existem alguns casos que a terapia de casal não é indicada, e na primeira entrevista o psicólogo poderá avaliar a necessidade de uma intervenção primeiramente individual, por ter a probabilidade de ser ineficaz.

A falta de envolvimento por um dos parceiros, ou outros problemas específicos podem ser tidos como pontos fundamentais para não se iniciar uma psicoterapia de casal.

Alguns fatores comprometem a eficácia do trabalho e precisam ser resolvidos antes, tais como:
* Não querer abandonar um caso extraconjugal;
* Um dos parceiros já se decidiu pela separação;
* Perturbação de personalidade ou caráter que leva a relacionamentos instáveis;
* Violência física;
* Dependência de álcool ou drogas;
* Nunca houve atração entre o casal.


O que importa no momento de se decidir lutar pelo relacionamento é saber se o respeito, o amor e a vontade de permanecerem juntos prevalecem. A psicoterapia também auxilia na busca por esta reposta.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

A construção dos relacionamentos amorosos

O momento mais crítico e fundamental da estruturação e da formação da nova família é a escolha do parceiro, que se relaciona a um conjunto de valores pessoais, familiares e sociais.

Uma relação conjugal não pode ser simplificada à soma de duas pessoas com personalidade distintas, é um novo processo de organização que depende de duas outras unidades, a família de origem e pelo próprio sistema social.

Para estabelecer um bom desenvolvimento pessoal implica em redefinir continuamente os papéis, funções, poder e regras, desde que sejam flexíveis a ponto de concordar com os valores de cada parceiro.

A união com outra pessoa requer ajustes constantes até que consigam elaborar um consenso de idéias e regras, com a negociação de tarefas, modificando papéis e assumindo novos compromissos, por exemplo, deixar de ser filho e passar a ser marido; deixar de ser filha ou irmã e passar a ser mãe.

A partir deste princípio é que o casal começa a construir sua identidade conjugal e começa a elaborar um futuro em comum, sem deixar de lado sua individualidade.

A construção desta identidade também se fundamenta pela coesão do casal, quando há um sentimento de reciprocidade, vínculo e valorização do parceiro. O que não pode ser confundido com fusão, que o casal está dependente um do outro, quando não podem fazer nada separados um do outro, ou seja, neste último caso existe uma relação infantil entre os parceiros.

Quanto maior a dependência, menor é a tolerância de cada um em relação à individualidade do outro, quando surgem as crises de ciúmes e ansiedade de abandono.

Muitas pessoas confundem a capacidade de doar o coração para o outro com anulação de sua própria vontade. Uma coisa é se entregar e confiar no outro, inclusive confiar que você pode dizer não e que o outro irá entender e respeitar, outra coisa é ficar com medo de dizer não porque o outro pode não gostar e acabar cedendo a todas as suas vontades para que não exista a possibilidade de separação.

Porém, o que é mais vantajoso de uma relação é justamente a troca e o poder contar com o outro. Esta é a verdadeira entrega que se conquista através de muito respeito tanto ao outro quanto a si mesmo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Mentiras que as crianças contam...

Semana passada mandaram-me um e-mail perguntando o seguinte:
"Sempre que comete algum erro, meu filho diz que não foi ele e coloca a culpa no irmão ou num coleguinha. Por que ele tem essa dificuldade em admitir culpa?"

Acho que compartilhar essa resposta talvez ajude a muita gente!

Resposta: Não sei a idade de seu filho, mas a abstração, que compreende também o entendimento de culpa, inicia aos 5, 6 anos de idade. A mentira é um afastamento da realidade interna, ou seja, a criança não mente todas as vezes, em alguns casos, ela diz uma outra verdade que para ela é a sua realidade. Neste caso especificamente, parece-me que ele sabe quando fez algo errado e pode ser punido por isso, e a mentira ou criação de uma nova realidade é nada mais que medo. Muitas crianças mentem diante de apenas uma determinada pessoa ou questão, isso é preciso ser levado em conta e perceber se ela nutre um sentimento de medo de alguém que represente autoridade. Existe também um outro tipo de mentira, que é a automática, que leva a criança a mentir sem saber porque, como um ato reflexo. Se for esse o caso, aconselho buscar ajuda profissional para entender melhor o problema. Porém o mais comum de todas as mentiras, é a dita por medo ou por instinto de defesa. Se isso acontece, a conversa é sempre a melhor saída e mostrar a ele que você sabe da verdade, mesmo se ele for pequeno, o entendimento vem com a insistência para que ele entenda que não precisa temer em dizer a verdade.

Outra questão para se pensar: Algumas vezes as crianças contam mentiras porque aprendem com os pais! É isso mesmo, pasmem! Pedir pra dizer que não está quando a criança atende o telefone e você não está com a menor paciência de atender o chato do outro lado da linha; dizer para não contar aquela fofoca que por acaso possa causar algum desconforto na família... Enfim, a criança aprende por imitação desde bebê, e ele vai aprender aquilo que vocês pais fizerem, e não necessariamente falarem.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chocolate: pecado e prazer


Aproveitando o pós-Páscoa, período em que o chocolate é consumido quase compulsivamente tanto por crianças quanto adultos, vale a pena falar um pouco dele e dismistificar seus malefícios.

É fato que o chocolate produz efeitos prazeirosos e não só uma sensação psicológica. Tanto pelo seu agradável sabor, quanto pelos efeitos fisiológicos ligados ao estímulo da produção de endorfina e serotonina em nosso organismo que dão sensação de prazer e alívio, por isso pode levar ao consumo excessivo e até à compulsão.
A cafeína presente, dá energia e estimula a concentração, ameniza TPM em nós mulheres, quando os níveis hormonais estão alterados e produz menos serotonina, o que deixa-nos mais irritáveis e deprimidas, então tratamos de correr atrás de um bom pedaço deste doce.

Pesquisadores britânicos descobriram que reprimir o desejo pelo chocolate pode causar o efeito inverso quando resolve-se ceder à vontade e a pessoa acaba comendo muito mais do que precisaria.

De acordo com o Wikipedia, o chocolate é um alimento muito nutritivo. Contém proteínas, gorduras, cálcio, magnésio, ferro, zinco, caroteno, vitaminas E, B1, B2, B3, B6, B12 e C. Estudos recentes sugerem a possibilidade de o consumo moderado de chocolate preto e amargo trazer benefícios para a saúde humana, nomeadamente devido à presença de ácido gálico e epicatecina, flavonóides com função cardioprotetora. Sabe-se que o cacau tem propriedades antioxidantes.

Estudos apresentados pela rede BBC, indicaram que um chocolate derretendo na boca de uma pessoa causa um aumento na atividade cerebral e nos batimentos cardíacos que é mais intenso do que o associado a beijos apaixonados, e que duravam quatro vezes mais tempo após o término da atividade.

O cacau ou chocolate amargo apresentam inúmeras vantagens para a saúde e bem estar, contudo, a ingestão em grandes quantidades e que devem preocupar aos afoitos e viciados nesta pequena tentação, que também pode conter muitas calorias e altos índices de gordura, que vão contribuir para aumento de peso.
Com consciência, um pedacinho não faz mal a ninguém, não é pecado e dá prazer!