Completando 20 anos, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) passará por reformulação. O estatuto já traz texto sobre maus tratos porém de forma genérica. O projeto de lei 2654/03 pode trazer mais detalhamento na descrição do que seria maus tratos e coloca que palmadas e beliscões ditos "pedagógicos" deverão ser penalizados com advertências, encaminhamento ao programa de proteção à família e orientação psicológica.
O governo afirma que não pretende criminalizar os pais, e sim evitar que tragédias decorrentes de violência familiar aconteçam.
Em 2009, pesquisadores norte americanos lançaram um estudo a respeito dos efeitos da palmada no desenvolvimento infantil (Correlates and Consequences of Spanking and Verbal Punishment for Low-Income White, African American, and Mexican American Toddlers. 14/set/2009, Child Development Journal), algo como Correlações e Consequências da palmada e da punição verbal para crianças de baixa renda brancas, afroamericanas e mexicanas.
Neste estudo, foi feita a seguinte pergunta: Você bateu no seu filho(a) semana passada? O resultado foi assustador. Para as crianças até 1 ano, um terço havia apanhado pelo menos duas vezes naquela semana. Já para as crianças de 2 a 3 anos, 50% apanharam três vezes durante a semana.
No mesmo estudo, os pesquisadores aplicaram testes para investigar as conseqüências deste tipo de prática. Descobriram que bebês que apanharam até 1 ano, ficam mais agressivos aos 2 anos. E nos testes de inteligência, crianças que apanharam com 1 e 2 anos, apresentam dificuldades aos 3 anos.
O estudo é recente, acaba de ser publicado. É necessário investigar melhor os dados para dar uma opinião concreta sobre o estudo.
Texto retirado do site: http://www.psicologoemcuritiba.com.br
Impor limites não necessariamente tem como único caminho a palmada. A criança desde muito pequena começa a entender o que pode e o que não pode. A palmada só traz a sensação de impaciência e intolerância dos pais que muitas vezes acaba descontando na criança as frustrações e cansaço do dia a dia, o que não faz com que a criança entenda o que está acontecendo.
Palmadas, tapas ou beliscões podem sim trazer traumas e gera sentimentos violentos na criança que pode transmitir à outras crianças na escola e no ambiente social.
Ter paciência, colocar limites e regras e conversar com seu filho, com certeza trarão mais bem estar e confiança entre pais e filhos.
Quem educa com amor, ensina o amor.
Vale a pena perguntar: Será que esta lei será cumprida? Ou se tornará mais uma lei não praticada, assim com outras do próprio ECA? Isto não é invasão de privacidade já que cada família tem uma cultura, uma ética própria? Como será fiscalizado? Será que a conscientização e uma campanha massiva sobre educação sem violência não geraria mais eficácia?