segunda-feira, 28 de junho de 2010

Imagem corporal e seus distúrbios

O conceito que cada pessoa faz de seu próprio corpo, sendo este real ou fantasiado, denomina-se imagem corporal.

Para ter uma consciência corporal, necessita-se do conhecimento tanto das estruturas anatômicas e relações entre as partes, bem como dos movimentos e das funções de cada parte, também em relação aos objetos e posição espacial.

A auto-estima pode influenciar na consciência corporal, e esta é constituída por três aspectos:

- Residual do narcisismo infantil, ou seja, é quando o afeto está voltado para si, para o próprio corpo, aspecto essencial e matriz da imagem corporal;

- Experiências e realizações dos indivíduos, modo como o corpo se apresenta, seja no visual, impressão tátil, térmica, dolorosa ou na sensibilidade, porém não só a partir destas sensações em si, mas quando permeadas de significados afetivos e cognitivos.

- Núcleo central da personalidade somada à autopercepção e auto-estima constitui a base da noção da própria identidade. Reflete a historia de uma vida, o percurso de um corpo.

Atualmente, há uma obsessão pelo corpo que está investido de libido, e adapta o individuo ao mundo através da sedução, o que leva à solidão, angústia, sensação de vazio e de depressão.

Existem características que promovem uma distorção na imagem corporal, tais como a hipocondria, anorexia, bulimia, intersexualismo, automutilação, ortorexia, vigorexia, depressão, esquizofrenia, transtornos sexuais, estética, dor crônica, dor psíquica, distúrbios psicomotores, stress, velhice, doenças, amputações, traumas, erotização precoce, afetos, transtorno dismórfico corporal e transtorno conversivo.

O transtorno dismórfico corporal caracteriza-se por uma preocupação com um defeito imaginário ou exagerado da aparência física, a anomalia física pode estar ou não presente, mas a preocupação com este pequeno defeito (acne, queda de cabelo, rugas, cicatrizes, manchas, palidez ou rubor, entre outros) é excessivamente acentuada.

O transtorno conversivo é a presença de sintomas ou déficits inexplicáveis, que afetam a função motora ou sensorial voluntária, pode gerar prejuízos na coordenação, paralisia ou fraqueza localizada, afonia, dificuldade para engolir, sensação de nó na garganta e retenção urinária.

O indivíduo é formado de físico, mental e emocional, e para que eles funcionem bem, precisam estar em harmonia entre si. Um corpo tenso e rígido pode ser reflexo de uma mente sem energia e cansada, podendo gerar angústia, depressão, ansiedade, choro e vice-versa.

Na medida em que se vive em uma sociedade com ritmo repetitivo e estressante, as informações de tensão e stress são gravadas em nossa mente e em nosso corpo, condicionando-se a viver de forma mecânica até que o corpo começa a dar sinais de que o organismo está em crise, manifestando-se em doenças das mais variadas como citadas acima.

Quando se percebe isso, é preciso aprender a viver respeitando os próprios limites, um exemplo é “ensinar” a mente e o corpo a relaxar através da compensação, ou seja, estimular o corpo a fazer diferente do que está acostumado, tanto para despertar partes adormecidas, mas também para desenvolver a força de que se é capaz, geralmente desconhecida por não explorá-la o suficiente ou de forma inadequada.

Pode-se alcançar o perfeito equilíbrio do organismo e a consciência corporal, através de uma nutrição adequada, técnicas específicas corporais, técnicas imaginativas, esportes e condicionamento físico supervisionado, grupos de apoio, técnicas expressivas e psicoterapia, individual, familiar ou grupal.

É importante nutrir-se interiormente, reinvestir-se afetivamente, resgatar valores positivos, comprometer-se com a vida, praticar a resiliência, inclusão, solidariedade e o amor, para então viver em harmonia consigo e com o outro.

Um comentário:

  1. Danielle, parabéns pela abordagem que você conferiu a este post. De fato, a questão da imagem corporal, por vezes, acaba resultando em muitos desses sintomas que você citou, especificamente a dor crônica. Em nosso blog, o ABCdor, tratamos exclusivamente da dor crônica e seu universo e vemos que em alguns casos, ela surge e persiste mais até por questões psicológicas que de qualquer outro tipo. Se quiser conhecer o nosso blog ou até mesmo firmar parceria entre as páginas, dê uma olhada em www.abcdor.com.br - Mais uma vez, parabéns - Equipe ABCdor

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