terça-feira, 29 de junho de 2010

Síndrome do Pânico

O transtorno do pânico dificilmente é diagnosticado logo. Seus sintomas podem confundir com uma variedade de problemas médicos, o que atrasa seu diagnóstico já que a pessoa procura várias especialidades diferentes e realizam muitos exames, às vezes durante anos.

Porém, uma vez diagnosticado, o TP é perfeitamente tratável.

O TP é caracterizado por um conjunto de ataques de pânico acompanhados por uma série de sintomas que inclui ao menos 4 destes:
- palpitações / taquicardia
- dores no peito
- náusea
- dificuldade de respirar (sensação de sufocamento, hiperventilação)
- ondas de calor ou frio
- sudorese intensa
- formigamento ou adormecimento nas extremidades do corpo (pés e/ou mãos)
- sensação de estar sonhando ou distorções perceptivas
- medo de perder o controle
- medo de morrer, sensação de morte súbita
- sensação de que alguma coisa terrível vai acontecer

Esses ataques são tipicamente espontâneos, sem nenhum fator desencadeante aparente, e duram em geral alguns minutos, embora para quem sofre pareça uma eternidade, não costuma passar muito disto.

Muitas pessoas com transtorno do pânico desenvolvem medos de situações que elas associam aos ataques e começa a evitá-las, podendo tornarem-se muito limitadas em sua capacidade de desenvolver atividades normais (fazer compras, viajar, ou mesmo sair de casa - agorafobia)

Pessoas com TP podem também sofrer de depressão, dependência de drogas, transtorno obsessivo-compulsivo ou síndrome do cólon irritável, cerca de 20% tentam suicídio, de acordo com estudos.

Ao sentir alguma alteração em seu corpo a pessoa reage com ansiedade. A ansiedade produz um conjunto de reações fisiológicas que são naturais desta emoção como taquicardia e aceleração da respiração. Porém a pessoa com Pânico tende a interpretar estas reações como se elas fossem perigosas - sinal de doença, de catástrofe iminente. Estes pensamentos catastróficos acabam por produzir mais ansiedade, o que por sua vez vai aumentar ainda mais as reações fisiológicas reforçando assim os pensamentos catastróficos, o que gera um ciclo de ansiedade e aumento destas sensações.

Pesquisas sugerem que o TP tem componentes biológicos e psicológicos que interagem entre si. Recentemente, estudos apontam que pessoas com baixa tolerância às respostas normais do corpo e respostas psicológicas ao estresse, e suas respostas disparam ao mínimo sinal de estímulos.

Alguns pesquisadores sugerem que pessoas com TP podem não ser capazes de utilizar substâncias naturais do seu próprio corpo que reduzem a ansiedade.

Reconhecer que sofre de transtorno do pânico e encará-lo como doença real, é um primeiro passo para o tratamento. Muitas pessoas acreditam que o problema exista por sua própria culpa e cabe ao profissional reassegurar que não existe culpado e que o problema é causado por componentes biológicos.

O tratamento deve ser acompanhado por profissionais capacitados para tanto através de psicoterapia e algumas vezes com recursos medicamentosos, tendo consciência dos efeitos colaterais que este pode acarretar, incluindo a dependência. Por isso este tratamento deve ser cuidadosamente acompanhado e sempre conjuntamente com psicoterapia. O tratamento apenas medicamentoso aumenta a chance de recaída em relação aos pacientes tratados concomitantemente à psicoterapia. Há também a possibilidade de tratar-se apenas com psicoterapia especializada.

Os remédios mal administrados podem acabar mascarando por anos o sofrimento ao invés de ajudar a pessoa a superá-lo.

É possível encontrar melhora para o TP quando a pessoa pode voltar a sentir-se identificada com seu próprio corpo, influenciando, assim, seus conteúdos internos, podendo interagir com os outros à sua volta e lidando de maneira mais satisfatória com os sentimentos e fatores internos que precipitaram o pânico.

Saber mais sobre o TP pode ajudar a superar o medo, o embaraço e o cepticismo sobre o tratamento. Encorage-se, busque ajuda e verá que pode fazer uma grande diferença no seu modo de vida.

Um comentário:

  1. Ótimo esclarecimento Dani, é um problema muito atual. Aliás, o blog está ótimo com as informações, as reflexões.

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